Um visão retrospetiva

Avaliação em Contextos de eLearning

Uma evolução histórica

A avaliação é um processo intrínseco não só ao ser humano como a própria vida, tal é evidenciado na obra “A origem das espécies” de Darwin. No âmbito social a avaliação começa como uma forma de garantir a formatação de um formando para o desempenho se uma determinada tarefa. A história mostra-nos que este modelo de avaliação era eficaz nomeadamente nos exércitos mais organizados com maior sucesso.

No século XIX com o desenvolvimento das ciências sociais, ao nível da educação é assumido um modelo de avaliação de base behaviorista. O aluno aprende por repetição. Este modelo prevaleceu durante muitos anos.

É durante o século XX que as teorias pedagógicas e avaliativas vão evoluindo, apesar de uma forma discreta. Podem-se sinalizar 4 gerações de avaliação ao longo do século passado.

De um modelo bastante autónomo em que deixava ao professor os critérios de aprovar ou reprovar um aluno apenas influenciado pelo contexto social da comunidade onde estava inserido foi-se evoluindo para outras gerações de aprendizagem e avaliação cada vez mais complexas.

Já não chegava uma avaliação avulsa, era necessário estabelecer-se objetivos ou seja haver uma referência de origem externa independente com a qual poderíamos comparar o desempenho do aluno e validar o atingir ou não esses objetivos, conferindo de certa forma uma maior igualdade entre os alunos no momento avaliativo. Vivia-se um período em que a sociedade o professor e o aluno estavam fortemente interligados pois a sociedade definia o que pretendia o professor assegurava que o aluno era formado conforme que a sociedade queria.

Poder-se-á dizer que a partir dos anos 70, o universo das ciências sociais começaram a apresentar novas teorias e novos modelos no ensino e na avaliação, dando ao processo pedagógico e a avaliação uma complexidade superior. Já não basta saber executar a técnica é necessário deter outras competências tais como “saber estar” entre outras.

No domínio da avaliação deixa de ser suficiente fazer uma avaliação sumativa. A avaliação tem de passar a ser uma ferramenta pedagógica em si, ou seja, o que se sabe através da avaliação terá de ter utilidade na evolução académica do aluno. É o caso avaliação formativa, que é uma forma de ajudar não só o professor como também o aluno a melhorar o desenvolvimento das suas competências.

Neste momento, podemos dizer que existem dois marcos na avaliação: A sumativa (centrada na quantificação e na comparação entre alunos) e a formativa (centrada na qualificação da aprendizagem individual).

A avaliação e o desenho dos cursos deixam de ser trabalhados de forma independente. Em cada momento em que é pensado um objetivo pedagógico e uma atividade para o aluno desempenhar, tem de ser pensado para esse momento a ferramenta de avaliação a usar. Queremos que seja uma avaliação sumativa ou uma avaliação formativa? O que queremos avaliar nesse momento? De que forma essa avaliação irá contribuir mais tarde? Estas e outras questões têm de ser colocadas durante a construção do curso.

O universo online

O universo online veio tornar o exercício da avaliação ainda mais complexo e necessariamente com mais particularidades. Das aprendizagens nos modelos avaliativos presenciais, retiraram-se um conjunto de dimensões que teriam ser consideradas no contexto da avaliação online bem como outras específicas desse ambiente.

Autenticidade

A autenticidade é uma característica que está relacionada com o vetor sociedade. Pretende-se que a formação e a avaliação tenham uma correlação com a realidade, que o aluno consiga reconhecer o significado dos conteúdos e consiga compreender e transpor para a realidade aquilo que aprendeu durante o processo de aprendizagem.

Consistência

A consistência é uma característica que está relacionada com o vetor professor. É esperado que este elemento assegure a coerência entre os conteúdos a saber, as instruções para as atividades a serem desenvolvidas e a avaliação destas.

Transparência

A transparência é uma característica que está relacionada com o aluno, pois este é o destinatário das atividades desenvolvidas, é importante que é estilo momento seja incluído tenha conhecimento do processo formativo e do processo avaliativo que irá atravessar dando desta forma maior confiança ao aluno.

Praticabilidade

A praticabilidade é uma característica que está relacionada com instituição pois será esta entidade a criar recursos económicos, a avaliar a viabilidade operacional e financeira da formação em causa.

 

Conclusão

Os processos avaliativos, desde sempre trouxeram desafios. A evolução das novas tecnologias e das sociedades trazem desafios particulares, e a deslocação do centro da formação, que antigamente era no professor agora é no aluno, muda a forma de se avaliar.

Tem que se olhar de uma forma transversal para a sociedade, para a entidade para o professor e para o aluno e conceber a partir dessa análise um programa de formação que integre um plano de avaliação idealmente com recursos diversos, ferramenta e em diversos momentos.

 

Bibliografia:

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https://repositorioaberto.uab.pt/handle/10400.2/5774

Porto Stella, C. (2005)– “A Avaliação da Aprendizagem no Ambiente online” In R. V. Silva e A. V. Silva (eds.) Educação, Aprendizagem e Tecnologia. Edições sílabo, Lisboa.

Amante, L. (2011) A Avaliação das Aprendizagens em Contexto Online: O e-portefólio como Instrumento Alternativo ". In Paulo Dias & António Osório (Orgs.) Aprendizagem (In)Formal na Web Social. Centro de competência da Universidade do Minho, Braga

https://www.researchgate.net/publication/260677333_A_AVALIAO_DAS_APRENDIZAGENS_EM_CONTEXTO_ONLINE

Amante, L. ; Oliveira, I.; Pereira, A. (2017) “ Cultura da Avaliação e Contextos Digitais de Aprendizagem: O modelo PrACT”. In Revista Docência e Cibercultura. Vol.1, nº 1. (135-150)

http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/re-doc/article/view/30912

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